4.25.2016

Apaixonei-me por ele.

Ontem foi um dia atípico - como quase todos os dias quando se tem bebés/crianças pequenas. 
Fomos lanchar as duas a uma pastelaria nas Laranjeiras ao pé da loja do Cidadão.

A Irene, depois de meio lanche aviado, avistou uma menina chamada Joana que andava a praticar o andar com o pai - odiei essa fase de termos de andar curvados durante meses. Observei de longe, como um dono orgulhoso quando sabe que tem um cão bem comportado e lhe quer dar liberdade (ahah comparei a minha filha a um cão!) mas, eventualmente, meti conversa. 

A Irene mais tarde fugiu para ao pé da mesa onde estavam os pais da Joana e, como já não estava no meu campo de visão, tive de me aproximar. Pedi desculpa "por me estar a colar", mas era sempre mais confortável do que estar a gritar de lá do fundo "Irene, não, não!". 

Sentei-me e a Ana disse que lia o nosso blogue. Que sabia quem éramos. Penso sempre: "epá, Joana, se já sabes que corres este risco, porque não dar um jeitinho ao cabelo antes de saíres de casa ou por uma base". Por outro lado, são pessoas que conhecem praticamente todos os milímetros da minha cabeça. Vêem-me com cabelo de 12h horas, uma rosácea que dá pena e uma roupa de quem parecia indecisa entre ir para o ginásio (ahah) ou ir para o sofá, mas sabem como sou, que penso, que brinco, que partilho. 

Fiquei ainda mais (para além da rosácea) corada quando a Ana disse que era nossa leitora. Tinha uns olhos super meigos e era muito paciente com a filha. Uma voz sempre doce, sem levantar o tom. Começámos a falar de coisas que nos uniam: as noites mal dormidas, a amamentação prolongada, as etapas de desenvolvimento dos bebés, etc. Nestas alturas tento sempre controlar-me, porque tenho sempre tanta vontade de falar que uma coisa é lerem um bacalhau enorme num post, a outra é não me calar durante 20 min. 

Perguntei por um jardim ou uns baloiços e a Ana falou-me de um que havia dali a 5 minutos a pé. Fomos (sem a família da Ana, que tem uma vida para além de me aturar) Fomos e que maravilha! Espero explicar-vos bem o jardim (o pouco que vi) para que, caso o venham a visitar, saibam o que vão encontrar. 

Aquilo parece-me uma mata. Super, super descuidada. Como se não houvesse qualquer intuito de estar aberto ao público (só vi a parte inicial dos baloiços para as crianças), tem terra, tem pauzinhos no chão, folhas, pedregulhos, buracos, etc. Tem muitas árvores e imensa sombra. Nada bonito mas ainda mias bonito por estar assim, entregue às estações.  Senti-me efectivamente num jardim. No meu imaginário, vivíamos numa zona muito mais rural. Aquele é jardim perfeito para piqueniques e para namoros. Para sestas de recém nascidos, para amamentar, para desenhar, para escrever... Senti-me revitalizada. Nunca tinha ouvido falar dele. 

Que jardim menos jardim. Que coisa tão boa. Para a idade da Irene tinha um escorrega, baloiços para bebés, um cavalinho de madeira e pouco mais. 

A luz a passar por entre aquelas folhas e o som de um grupo de amigas com filhos a jogarem ao arco e flecha (jardim grande) fez-me sentir que estava em "comunidade", não sei explicar. 


A photo posted by Joana Gama (@joanagama) on

A video posted by Joana Gama (@joanagama) on

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Ela tinha de andar de mão dada comigo. Muitas pedras, muitos buraquinhos, mas foi uma missão das duas. Como aquelas séries do pessoal a passar ribeiras descalço e afins.

Senti que encontrei ali um cantinho de Saúde. Não fosse esse o nome do Jardim, parque Bem Saúde.

3 comentários:

  1. Adoro esse jardim!
    Era um segredo Joana :)

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  2. Eu estou neste momento a desesperar na fila para a loja do cidadão (desde as 8h!!! A minha filhota ficou em casa!). Que bem q me sabia agora ir ver esse jardim com ela.. 😊 next time (sem filas please!!!)

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  3. ai, pá, esta miúda é tão linda!...

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