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1.05.2018

Até cair de sono!

Temos as leitoras mais fixes. Até me custa dizer leitoras, porque sinto que são mais do que isso. Sinto que são mais em cada comentário feito com tanta empatia, como que a devolver algo de bom que lhes possa ter também dado. Sinto que são tão mais do que isso quando me abordam na rua... Amor gera amor, não duvido nem um bocadinho disso. 

Somos mais de 72 mil. É normal que haja diferentes tipos de pessoas a visitar-nos. É normal que umas se identifiquem mais com uma do que com outra. É normal que algumas não se identifiquem com nenhuma, mas não resistam vir cá ver que parvoíces andamos a dizer. É normal até que alguém goste normalmente do que lê e achar que um post, uma opinião e até uma escolha de vida, não façam sentido, para os seus parâmetros, gostos, opiniões. Aceito que precisem de comentar. Às vezes acho piada, outras vezes não acho, na maior parte das vezes aceito, mas caso sinta que há ali ofensas gratuitas ou que não haja ali nada de construtivo nem engraçado, não publico - esta é a minha casa, não deixo toda a gente entrar, paciência. Aqui há moderação de comentários, q.b., sim. Quem perde tempo a escrever 1691826 caracteres sem um pingo de utilidade, pode criar o seu blogue, desabafar, falar do que quiser, no seu espaço.
Também é normal que, num blogue tão pessoal, haja quem sinta que:

1) partilhamos tudo o que vamos vivendo e sentindo, sem reservas;
2) nos conhece por inteiro;
3) nos pomos a jeito para ouvirmos tudo o que alguém quiser dizer sobre nós ou sobre a nossa família.

Compreendo, no entanto, nem a 1) e a 2) são inteiramente verdade, na medida em que nunca saberão efectivamente tudo sobre nós, não partilhamos tudo o que sentimos nem tudo o que somos - não parece, pela falta de filtro e descontracção, mas até nós temos limites). E, quanto à 3), discordo. Por isso, filtramos comentários. Para nós há limites e quando acharmos que alguém, qualquer que seja a intenção, aos ultrapassar, fica do nosso lado essa escolha. Já lhe chamaram falta de humildade, já me disseram que isto me subiu à cabeça. Como quer que queiram interpretar, reservo-me o direito de gerir a caixa de comentários e só aceito os que acho que vão contribuir para o debate, fazer-me/nos pensar, alertar para algo importante, discordar de mim, mas com classe e sem ofensas (dizerem que uma de nós podia ter lavado o cabelo não é uma ofensa, lá está ele). Quando são as leitoras a trocarem "galhardetes" de forma acesa, já me é mais difícil filtrar.

Mas bem, tudo isto para dizer que foi importante para mim responder às questões da SÁBADO desta semana para perceber onde estamos e para onde queremos ir. Um muito obrigada às jornalistas, mas principalmente a minha companheira (bem fazemos um lindo casal) por não me deixar desistir quando estou mais desalentada ou cansada ou preguiçosa. Temos aqui um projecto do caraças. Graças também a vocês! Se a Rita Ferro Alvim tem as suas "fofinhas", nós também as temos, sem dúvida. Sinto que temos gente boa desse lado, que gosta de nós e que acompanha desde sempre o crescimento das nossas filhas (e nosso), gente divertida, com sentido de humor, atenta e informada, que faz com que não baixemos os patamares e queiramos dar tudo.





Isto sou eu claramente a cair de sono, por uma boa causa (e porque a Luísa está doentinha, snif).

OBRIGADA, seguidoras queridas!


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4.20.2017

Eu não queria ter filhos.

Não queria, mas não foi por acidente. É uma história gira, pelo menos até a Irene saber ler :)

Não me considero nenhuma autoridade no assunto, mas "tive" e estou a ter a minha experiência. A verdade é que sei bem que conselhos darei a mim mesma na enventualidade de considerar ter mais um filho. E a verdade é que, por causa da minha experiência, me apetece gritar ao mundo tudo o que possa para evitar que outras mães "cometam os meus erros", mas essa também foi uma das lições que aprendi: a cada um o seu percurso. 

A Filipa, a minha bff da rádio, porém, pediu-me algumas dicas e quis saber mais sobre isso. Não sei porque é que no vídeo pareço ter uma cabeça três vezes maior que a dela. Pareço um Pinypon em comparação com ela que parece um Playmobil. 

Espero que gostem do vídeo :) E visitem o blog da Filipa, o MojoPin que tem lá mais entrevistas do género a Carolina Deslandes e à Margarida Neuparth, por exemplo. 




O post dela sobre o vídeo está aqui - eu gostei ;)

Já agora, a Filipa está grávida de 5 meses e é apresentadora do programa da Tarde da Mega Hits entre as 16h e as 20h. 


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1.09.2017

o Pai também sabe - Miguel Costa

Miguel Costa

Nome: Miguel Costa
Alcunha: R: Rolha 
Filhos: 2, Luísa de 4 anos e Teresa de 2. 


Olá Miguel, não pretendemos de todo fazer uma espécie de Alta Definição, até porque a outra Joana cá da casa e o marido dela não me deixariam plagiar a onda (são da equipa), porém queremos saber mais sobre ti no papel de pai e vou ser intrometida, ok? Vá, que já te vi algumas vezes "por aí" e sei que até és porreirito! :)


1 - Fechou-se a loja ou ainda vem mais uma filhota? 

R: Ainda não sabemos! eheheheh… Nada foi planeado, nem as nossas filhas. Foram desejadas e a vontade em sermos pais sempre existiu, mas o segredo é não planear… O segredo é não planear mas ao mesmo tempo planeamos, no sentido de organizarmos o nosso tempo e a nossa disponibilidade financeira. Não queremos mais filhos só porque sim, para termos mais filhos temos de ter a certeza que teremos condições para isso. A ideia não está posta de parte :)

2 - Eram duas raparigas que querias ter? 

R: Nunca tive preferência. Rapazes ou raparigas, seriam sempre bem-vindos(as). Se tivermos mais filhos pode ser mais uma rapariga. Aliás, confesso que aproveitamos muita coisa da Luisinha para a Teresinha, por serem duas raparigas. Roupas, etc...

3 - Os nomes foram escolhidos por serem bonitos ou existe alguma história por detrás? 

R: Por gostarmos muito dos nomes. Por acaso, a minha mãe chama-se Luisa e a mãe da Joana chama-se Teresa, mas foi mesmo por serem nomes bonitos! No dia em que as avós lerem isto, vai ser complicado, mas é a verdade. 

4 - Qual foi o teu papel nos primeiros meses de cada uma? O que é te calhou na rifa? 

R: Sempre quisemos fazer tudo os dois, eu e a Joana. Não há o pai que ajuda a mãe: há o pai e a mãe que cuidam dos filhos. É por aí. Agora, infelizmente, não tenho o dom de gerar um bebé dentro de mim e transportá-lo durante 9 meses na barriga, mas gostava. Até para aliviar o desgaste da minha mulher, porque pode ser um privilégio, mas é também uma tareia. Voltando à vossa pergunta, sempre fizemos tudo os dois. Mas acho que a Joana é a melhor mãe do Mundo e acho que fez ainda mais e melhor que eu.



5 - Que mudanças notaste na tua mulher desde que passou a ser mãe? 

R: Muda tudo, nela e em mim. Muda para melhor, porque as nossas filhas nunca vieram para tentar segurar uma relação. Antes pelo contrário, vieram porque a relação é excelente. Não é perfeita, atenção… mas é excelente. O que mudou na minha mulher? Os instintos maternais revelaram-se da melhor maneira. O tempo não se multiplica logo, se as nossas filhas exigem bastante tempo, sobra menos tempo para o resto: vida social, desporto... Por outro lado acho que passamos a organizar melhor o tempo e a aproveita-lo melhor. Até porque os programas a dois continuam a ser muito importantes. São em menos número, mas aproveitamo-los bem.

6 - Sentes falta de alguma coisa da tua vida anterior a teres filhos? 

R: Não. Porque sempre quis ser pai. Estou a viver uma fase diferente e nova para mim, logo é algo que me deixa muito feliz. Mas, pensando bem, sinto falta de dormir, às vezes, e alguns programas com amigos. Mas o que veio é diferente, é único, e é o melhor que já senti: o amor pelas minhas filhas. 

7 - Aproveitas as tuas acting skills para levares a tua avante com as traquinas? 

R: Às vezes, a contar histórias para as convencer a comer a sopa toda. Ou para as distrair, no bom sentido, quando por algum motivo estão com uma birra, ou doentes. E confesso que me custa as vezes ser mais firme, tenho de vestir a pele de um personagem, mas acredito que é tudo para o bem delas.

8 - Achas que, por serem miúdas, sentes uma preocupação acrescida em protegê-las? 

R: Boa pergunta. Sinceramente não sei porque não tenho rapazes. Teria de ter um termo de comparação. Mas acho que sim, porque a mulher é mais sensível, mais delicada (são elogios) e tenho esse comportamento mais protector porque sou mesmo muito protector. Sou muito atento ao que se passa com elas. Mas nunca as inibi de viverem, calma! Andam na escola desde pequeninas, com menos de um ano, logo interagem com outras crianças desde sempre, com outros adultos. Vão a festas com outros miúdos, tentamos que vivam muito ao ar livre, praia, campo, bicicleta, etc. Mas são as meninas do papá e serão sempre. :)



9 - Tens liberdade para seres tu a escolher-lhes as roupas? E corre bem? Não na tua opinião, mas na da mãe? ;)

R: Acho que temos gostos parecidos, mas a decisão da mãe prevalece, quase sempre. Eu gosto de escolher roupas para elas, mas como me identifico muito com o gosto da Joana, não me custa que a decisão que prevaleça seja a dela. Há vezes em que eu decido só por mim. :) Mas há coisas que eu tenho de aperfeiçoar a vestir as minhas filhas: collants, por exemplo. Sou terrível a vestir collants às minhas filhas, demoro horas e ficam muitas vezes todos tortos…!

10 - Depois das duas gravidezes a que assististe, estar grávido parece-te um estado de graça ou de desgraça?

R: Acho que já respondi em cima. Para mim é as duas coisas: um privilégio por um lado, e uma tareia pelo outro. A capacidade de gerar um ser dentro de si, é um sinal que o sexo feminino é claramente o mais forte e eu vivo muito bem com isso, mas ao mesmo tempo as alterações hormonais, o peso, dói tudo, as costas, as pernas.

11 - Quais são as três principais características de cada uma das tuas filhas neste momento? 

R: De cada uma, porque são muito diferentes. A Luisinha é delicada, muito feminina, muito criativa. A Teresinha é um furacão, é transgressora, desafiadora, mas ao mesmo tempo muito querida e comunicativa.

12 - O que sonhas para elas?

R: O melhor que há na vida. Que tenham muita saúde, que sejam muito felizes, que tenham sempre a sua volta pessoas que lhes queiram bem. Desejo o melhor que há para elas! O melhor! E no que depender de mim, espero dar-lhes sempre isso: o melhor.



13 - O que gostarias de dizer a todas as mães grávidas que nos estão a ler? 

R: Que não stressem, que os filhos são o melhor que temos, que nunca irão sentir um amor tão forte por nada nem ninguém, que são muito mais fortes que nós homens porque aguentam esses 9 meses!

14 - E às mães no geral?

R: Que temos muita sorte em sermos pais, mães e pais. É um privilégio sem igual.

15 - E a mim? 

R: O que dizem os teus olhos? Ahahahah…não, não, não vou por aí, apesar de gostar muito do trabalho do Daniel Oliveira. Gostava de te agradecer esta excelente entrevista, foi muito boa mesmo, e que desejo-vos um grande ano, um anão, como costuma desejar o meu amigo David Almeida (dos meus melhores amigos).

16 - Vá, é a nossa "o que dizem os teus olhos": a mãe é que sabe? 

R: É, a mãe é que sabe, mas eu também sei qualquer coisinha, o que é bom porque nos complementamos, não competimos.



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3.22.2015

Mães que tudo sabem (#06) - Joana Gama

Chega agora aquele momento de pingue-pongue totalmente inesperado. Ela entrevistou-me, eu entrevisto-a. Nem sei como é que ela deixou passar tanto tempo desde a entrevista que me fez, sem reclamar "então e a minha entrevista?". Ela adora falar dela e eu adoro ouvi-la. Já lhe dediquei um texto mariquinhas, mas agora quero que percebam melhor (se não perceberam ainda) quem é esta mãe. Que sabe tudo, claro, ui, esta então não a contradigam, que está o caldo entornado. Hehe

01- Quando te sentiste mãe pela primeira vez?

É difícil. Senti-me muito Mãe durante a gravidez, por muito "estúpido" que possa parecer. Depois do parto, como contei, não senti nada. Não me senti nem Mãe, nem Joana, nem ninguém. Quando viemos para casa e os sogros pararam de trazer coisas (achamos brilhante a ideia de mudar de casa quando a Irene nascesse) e tudo assentou, o silêncio trouxe-me o coração de volta. Comecei a amar. Devagarinho, mas sempre a aumentar. Ainda hoje. Quando se pensa que já não dá para mais... é como dizes num post: "coração de mãe é elástico". 

02 - Mas nunca tinhas brincado com bonecas (não estou a falar das insufláveis)?

Tinha, claro. Lembro-me de ter Nenucos que faziam xixi, Barbies às quais cortava o cabelo, Barriguitas, etc. Aconteceu algo entretanto na minha vida que fez com que eu visse a maternidade como algo demasiado maior que eu. Que eu não conseguiria estar à altura de tarefa tão importante. Tinha decidido ignorar o propósito do meu útero para sempre até me apaixonar pelo meu Frederico que me faz sentir gigante (no bom sentido). 

03 - No que é que sentes que já superaste todas as expectativas?

Ser Mãe tem sido uma aprendizagem de fora para dentro e de dentro para fora. Aprendo mais sobre mim ao cuidar dela e aprendo muito sobre ela, olhando para mim. Superei as minhas expectativas porque, afinal, sou capaz de amar tanto quanto uma mãe ama. Tenho em mim o material necessário para ser uma mãe do caraças e tenho tomado todas as decisões nesse sentido. Tudo o que gostaria que, um dia, a Irene soubesse da Mãe, é o que eu estou a fazer. Quero que ela se sinta amada agora e quando se recordar, mais tarde, da sua infância.


04 - O que é mais difícil nisto da maternidade?

Maturidade. Auto-controlo. Relativização. Capacidade de respirar. A luta contra a privação de sono. Não endoidecer. Ter vontade de brincar quando temos o corpo cheio de dores e morto por dentro, de cansaço. Deixamos de nos alimentar de hidratos de carbono e de "energia" para vivermos do coração.

05 - Se pudesses mudar alguma coisa em ti como mãe, o que mudarias?

As mamas.
Vá: mudaria a minha ansiedade. Não gostava que a Irene crescesse a achar que a forma urgente que a mãe tem de sentir tudo fosse normal. Gostava que ela fosse livre e que nada a prendesse de sonhar e de alcançar. 

06 - Queres ter mais filhos, mas primeiro queres degustar e engolir a Irene todinha, com tempo?

Sim. Por mim, passaria a vida a parir. Quero muito dar mais seres fenomenais como a Irene ao mundo. E hei de dar. Calma, entidade patronal! Fui filha única durante 10 anos e adorei a experiência de me sentir mãe do meu irmão. Quero que a Irene receba o máximo de amor dos pais, que não encontre uma mãe cansada de acordar 20 vezes por noite por causa do irmão mais novo e, portanto, sem vontade para ir ao Jardim Zoológico com ela. Quero brincar com ela. Quero ser amiga dela e ter tempo, vontade.


07  - A Irene é mais bonita do que imaginaste? 

Nem tinha imaginado nada, acreditas? Não sou como tu, dócil e visual entrevistadora. Mas sim, qualquer coisa que eu pudesse imaginar estaria longe disto. E sei que não é por amor de Mãe. Ela é mesmo muito bonita mas, mais importante que isso (e não estou a ser só politicamente correcta), é muito palhaça, o que me enche de orgulho.

08 - És capaz de devorar agora um pacote de bolachas ou porcarias várias. Quando a Irene quiser, o que vais fazer? Esconder-te na cozinha a comer?

Ainda não pensei nisso. Não creio que o peso da Irene vá ser minha preocupação a não ser num caso extremo. Irá sempre ser incentivada a praticar desporto e a ter uma alimentação saudável. Não acho produtivo não deixar que eles (nós) matem determinados apetites e fazer desses snacks o "fruto proibido". Quer comer? Come. A vida também tem de ser gozada com esses faux-pas. Há quem fume, há quem coma bolachas. No dia a seguir tem natação, não faz mal. :)


 09 - Quando a Irene for para o jardim de infância, vais chorar durante quantos dias?

Por ser ansiosa (depois pago-te a consulta), tenho o dom do sofrimento por antecipação. Quando a Irene for para o infantário será igual a quando fui trabalhar depois da licença de maternidade: não gostei, fez-me confusão, mas lidei com isso. A  minha decisão de vir para casa durante um ano foi racional, graças a ter andado a pensar no que iria sofrer durante três meses, todos os dias, antes de regressar à rádio. Não me matei, mas sim, vim para casa. 

10 - Tu não és muito de sair de casa. Tens feito um esforço enorme para que a tua filha não esteja num Big Brother ou até já te sabe bem fazer programas com ela fora do casulo?

Eu moldar-me-ei a ela. No início fiz um esforço enorme para sair com ela de casa. Ainda para mais não tive o andamento de muitas mães porque a nossa pediatra recomendou não sairmos de casa para sítios públicos durante os primeiros três meses (por causa das vacinas) e, portanto, pouco saiu a Irene. Os problemas de amamentação que houve também não me deixavam confortável com saídas. Ter episódios de recusa de mama em que ela chorava, gritava e esperneava (e eu também), faziam com que não fossemos uma família portátil a não ser na hora imediatamente a seguir à mamada. Sair com contador não é agradável. Ainda para mais, para mim.

Saio com ela sempre que ela está em condições para sair. Mesmo que não me apeteça. Se estiver dormida e comida temos de ir passear. Não me perdoaria se não fosse.


11 - A mãe é que sabe?

Sinto que a Mãe é quem tem mais interesse em tudo saber. E, portanto, em princípio será a mais informada além da que mais tem o coração na boca. Não desfazendo o pai que tem o papel de equilibrar tudo isto, claro.

12 - Vives bem com o facto de eu ser muita mais linda? (Ahahah esta foi a gozar, obviamente)

Vivo muito bem com o facto de achares que és muito linda. Gosto de humor. 



3.06.2015

Já somos famosas (#05) - Revista TABU do SOL





Joana Gama (JG): Ai filha, por onde começar?!

Joana Paixão Brás (JPB): Não sei por que perguntas isso se já sabes que vais começar em ti e acabar em ti. 

JG: Ai que azedume! É por haver uma gralha no teu nome logo na primeira linha?

JPB: Mas qual azedume? Hoje esta foto fez-me o dia! A jornalista foi um amor em ter escolhido uma fotografia em que não se veja nenhum dos meus defeitos.

JG: Pois... as coisas da cabeça não se vêem assim. Só namorando contigo, em consultinhas ou partilhando um blogue contigo.

JPB: Queres desabafar? Precisas de falar?

JG: Não, não. Deixa estar. Olha, já que sugeriste, vou, então, começar por mim. Não ia, mas agora até vou. Já viste a minha cara? Eu, quando saí de casa, pensei: "vou vestir umas botinhas e umas calças justas" para o pessoal deixar de me ver como a pita da rádio dos jovens e da Sic Radical e depois faço aquelas caras...

JPB: Pois, olhando para ti não sei se gostaste imenso de dar um pum ou se estavas a rir-te da tua própria piada. São ambas igualmente prováveis e coisas que fazes totalmente sozinha.

JG: Estás tão cabra!

JPB: Não estou nada. Acho que até fizeste bem em ficar com essa cara de quem é "especial", assim as pessoas não reparam no facto de eu ter um mamilo quase de fora. 

E agora vocês, suas leitoras mais cabritas, foram ver se eu tinha, não foi?


JG: Até eu fui e não tenho qualquer interesse. Já vi mais vezes os teus mamilos que os meus. 

JPB: Sim, eu não me tapava a amamentar. 

JG: Não consigo ver os meus mamilos por causa da minha papada enorme.  VIdas. Vais continuar azeda? Só não te digo que "deves estar com o período" porque já nem me lembro o que isso é. Já lá vai um ano e 9 meses que a torneirinha está sequinha.

JPB: Muita informação. Muita informação mas, acima de tudo, pouco útil. Bem, vamos lá contar a história: num dia destes recebemos um e-mail da jornalista Rita Porto do SOL a convidar-nos para uma entrevista.

JG: Marcámos em casa da Joana porque ela tem a casa decorada e a minha parece um armazém de mau gosto e lá foi ter a Rita e também o fotógrafo José Sérgio. Muito queridos, mesmo. A Rita, apesar de jornalista mostrou ter sentido de humor (muahahahaha) e fazer macadadas atrás da câmara para as bebés olharem.

JPB: Ficaste com ciúmes por haver outra pessoa a tentar fazer a Irene rir? 

JG: Não porque não conseguiu. 

JPB: Servi um chá com três mini-palmiers raquíticos que tinha lá na cozinha, tudo muito improvisado que a minha vida anda completamente num frenesim e desbobinámos tudo durante mais de uma hora.

JG: Coitadinha da Rita. Já não nos podia ouvir.

JPB: Podia, acho que gostámos todas da manhã.

JG: E eu sempre mamei três bolinhos de há uma semana. 

JPB: E já achares que eram da semana passada é muito bom. 

JG: Fica aqui a entrevista na íntegra que acho que quem quer que fosse comprar o SOL hoje por nossa causa, já deverá ter comprado (obrigada Mãe e sogros).

JPB: Para a próxima entrevista, prometo ter bolinhos de jeito. Ouviram, Expresso, Visão, Público...?





2.09.2015

Mães que tudo sabem (#05) - Joana Paixão Brás

Já que andamos a entrevistar mães para o nosso blog, que tal também darmos a atenção devida à nossa betinha aqui do pedaço? Também é mãe, também "sabe tudo", ela é: Joana Paixão Brás!!

Aplausos moderados, sff, que isto não é uma tasca, senão não estava cá a Joana. A outra, claro.



1) Já disseste várias vezes que gostavas de ter "para aí uns 8 filhos". Agora que a Isabel tem quase 11 meses, manténs ou ganhaste cabecinha?

Hahaha mantenho, porque está no terreno do sonho. 8 não, credo!, 4 adoraria. Mas acho que vou ficar pelos três. Ou pelos dois, quando chegar aos dois e achar que estava era maluquinha de ter pensado em quatro.

2) Tu és muito visual, sonhas muito acordada, muitas vezes estipulas objectivos com aquilo que consegues pintar na tua cabeça (salvo seja, não literalmente que não és indígena). A maternidade está a ser tal qual imaginaste?

Está, está a ser melhor até. Era mesmo isto que eu queria, uma bebé calminha que me faz rir muito, um pai e namorado muito presente, um amor sem fim... e vou parar por aqui porque senão isto fica lamechas.




3) Que cuidados tiveste/estás a ter com a Isabel que o irmãozinho ou irmãzinha dela já não deve ter direito por já teres mais "andamento" nisto da maternidade?

Sinceramente, acho que já não vou estar a ler este mundo e o outro de cada vez que o irmãozinho der um pum. Vou confiar mais em mim. Talvez não tenha tanta preocupação em não o deixar ver TV. E muito provavelmente vai de boiões com mais facilidade quando tivermos de sair e pronto. Ah! E as fotografias e os vídeos... talvez não tenha tempo para fazer tantos e queira aproveitar estar mais com eles em vez de estar sempre atrás da lente.

4) O que te faz querer ser mãe tantas vezes? É para teres mais gente ainda a gostar de ti? É para poderes vestir todos com jardineiras da Osh Kosh de igual e tirar fotos? É porque gostas de uma casa cheia? Se for a última, podes sempre morar num atelier que, assim, já fica cheia só com a Isabel.

Hahaha É só para fazer fotografias em escadinha, com eles todos de gola e meias até ao joelho, claro. Estou a gozar. Sempre quis ter muitos filhos porque acho que os irmãos são mesmo o melhor que podemos dar aos nossos filhos, os maiores companheiros (aproveito para mandar um beijo grande ao meu), adoro famílias grandes e unidas, confusão q.b. à mesa, a fazerem teatros para a família no Natal, miúdos a brincarem e a partilharem e, claro, a meterem a mesa e a ajudarem. Lá estou eu a ser romântica e visual.




5) E tu como mãe? Surpreendeste-te contigo de alguma forma?

Eu sempre achei que teria jeito para ser mãe e quero acreditar que sou e vou ser uma boa mãe. Só me surpreendi com o bom humor com que às vezes fico depois de uma má noite. Sempre adorei e precisei de dormir, mas não é que fico mesmo feliz por ela existir e não me apetece mete-la num caixote do lixo?

6) O que é que a Isabel te tem ensinado? Sim, que não são só eles a aprender...

Tem-me ensinado a ser mais organizada, a gerir melhor a minha vida, a ser menos perfeccionista em algumas coisas e mais prática e, claro, dar mais importância ao que a tem e a fazer escolhas, a não querer ir a todas, a não fazer fretes. A respirar fundo, a tentar ter calma. Não vou sequer falar do amor incondicional que nunca antes tinha sentido e de ela me ter ajudado e ensinado a ser mãe. Ah, já falei.




7) És uma mãe muito activa. Gostas imenso de sair para passear, estar com os amigos, de vida louca, citando Fanny. Tem sido difícil para ti moderar? Ou não tens moderado de todo? Sentes falta da tua vida dantes?

Tenho moderado, combino muito menos saídas, já não consigo (nem quero) ir a tantos aniversários nem jantares, mas de vez em quando sabe-me bem! Vou-me revezando com o pai dela porque acho que nos faz falta estar com amigos, longe dos compromissos e da rotina. Mas muito pontualmente, só para manter a sanidade mental. Tento combinar mais lanches onde possa ir com a Isabel e combinamos almoços ou jantares em casa uns dos outros, para ela poder dormir as sestas dela. Ah! E já sabem que eu não tenho horas de chegada, é quando a princesa acordar das sestas! Disso não abdico.

Não sinto falta da minha vida anterior porque adoro esta e acho que consegui encontrar um equilíbrio, deixo-a com a avó para ir ao cinema uma vez por mês e já a deixei um fim-de-semana para ir passear a dois e soube-nos muito bem. Mais tempo que esse por enquanto não consigo, nem quero. Incrível como isto está tão bem feito que essas coisas deixam de ser importantes e passamos a gostar mais de outro tipo de programas e passeios a três.

8) Muito do que és enquanto mãe foi por teres sentido tanta coisa boa da tua ou estás em freestyle e, por acaso, sai-te tudo bem?

Muito do que sou se deve à minha mãe. Queria tentar fugir ao discurso dos Óscares, mas é difícil, porque acho mesmo que o facto de ter sido tão amada e tão estimulada, de terem brincado tanto comigo e me ensinado valores tão importantes (tanto a minha mãe como o meu pai - um beijinho PAI!), me ajudou a ter auto-estima, ambição, mas também a ser abnegada. Gosto de pensar que sou assim, como mulher e como mãe, por causa deles. Agora, não acho que seja condição para se ser uma boa mãe. Felizmente muitas mães dedicadas e ternas não tiveram o melhor dos exemplos, mas aprenderam o que não fazer.



9) Em que tarefa de mãe não és nada boa? Ou, vá, menos boa porque "a mãe é que sabe".

Não sou boa a gerir o frigorífico e a planear as refeições e acho que acabo por pôr a miúda a comer a mesma sopa durante uma semana (ou quase, porque alterno com outra, mas deve ser um enjoo, pobrezinha). Não devia estar tanto tempo no telemóvel e aproveitá-la mais. Devia ser mais organizada, mas acho que estou a melhorar.

10) És mãe há praticamente um ano. O melhor ano de sempre? Ou, médio, porque agora é que vem aí a parte mais gira da Isabel?

Todas as partes são giras: a gravidez (adorei), o nascimento (tive um parto maravilhoso!), os primeiros minutos, dar mama pela primeira vez e ficarmos juntinhas, os esgares a dormir, os primeiros tudo (banho, roupinha, papa, gatinhar, dente...) mas vê-la agora a fazer porcaria, a provocar-nos gargalhadas, a dançar, a tentar falar e andar é uma maravilha! Não sei se pode ser melhor, será que pode? Há mães que me dizem que é sempre a melhorar, mas este para mim foi o melhor ano de sempre! Para o ano serão os melhores dois anos de sempre e por aí em diante.




11) a Mãe é que sabe?

Agora tenho de dizer que sim para não estragar todo o conceito do blogue, mas acho que o pai também sabe, se quiser saber. Agora, que temos um instinto de leoas único e que somos nós a ter a palavra final, não me lixem, é que somos mesmo! HAHAHA (riso tipo Cruela).



1.16.2015

Força, suas leiteiras! (#02)

... vamos a isto?

A missão de informar mamãs que optem por amamentar é complicada, mas nem A Mãe é que sabe nem a CAM Patrícia Paiva nos importamos com isso!

Aqui está o preambulo da entrevista que começou neste post:

Estarmos informadas sobre a amamentação serve para podermos ser uma fonte de apoio para as mães que optem por amamentar e que possam passar por algumas dificuldades (nem sempre há problemas).

É também muito importante para não sermos repetidoras de informação incorrecta, porque tal pode ser o factor decisivo para a desistência de algumas mães.

A OMS recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos 6 meses. Além de estarem provados os benefícios da amamentação prolongada (com desmame natural), a OMS também sugere a amamentação até, pelos menos, os dois anos de idade.

A questão é: serão as possíveis dificuldades na amamentação que provocam tantas desistências ou será a falta de informação?

Para tentar ser mais produtiva neste assunto e com a ajuda de uma amiga (Patrícia Paiva, co-fundadora do projecto Mamar ao Peito cujo site está cheio de informação útil):


11 - Quanto tempo demora o leite a secar?

Isso vai variar muito de mulher para mulher, o que é importante reter é que enquanto o bebé mamar frequentemente o leite não seca. O que muitas vezes acontece é que ao pensar que a produção é baixa, a mãe introduz outro leite na alimentação do bebé e, por isso, o bebé mama menos e consequentemente a produção diminui, até desaparecer. E mesmo quando este deixa de mamar completamente, há mulheres que relatam que demora mais de 6 meses a secar totalmente.

12 - Se se mantiver a amamentação em exclusivo até aos 6 meses, existe a possibilidade de haver "falta de leite"? 

A produção de leite depende da frequência e eficácia das mamadas, ou seja, se o bebé mamar bem, com uma boa pega e frequentemente, o leite vai acompanhar as suas necessidades e aumentar conforme o bebé vai precisando de mais leite. Por isso é que há alturas em que parece que as mães não fazem mais nada a não ser amamentar o dia todo, porque essa é a única forma que o nosso corpo tem de aumentar a produção de leite. Se as mães tentarem espaçar as mamadas ou evitarem amamentar de noite enquanto o bebé precisar, isso pode interferir com a produção de leite e efectivamente pode haver falta de leite, mas a boa notícia é que é um processo reversível, sendo apenas necessário aumentar o número de mamadas e corrigir qualquer questão técnica que possa estar a intreferir e com algum tempo a produção de aumenta.

13 - É possível estimular a produção de leite?

Sim, tal como referi na questão anterior, a produção depende do estímulo e o melhor estímulo é o do bebé a mamar directamente na mama, com o máximo de contacto pele-a-pele possível e claro, com uma pega eficaz. No entanto, nem sempre isto é possível, por vezes os bebés não sabem ou não podem mamar logo de início, como no caso dos grande prematuros, ou até mesmo em casos de adopção. Para estes casos, existem outras soluções, como a extracção manual ou com uma bomba, porque quanto mais leite sair, mais o nosso corpo vai produzir. Há muitas mulheres que não sabem isto, mas com o devido estímulo, pode-se amamentar sem nunca ter estado grávida, porque apesar das hormonas da gravidez e parto ajudarem muito na amamentação, estas podem ser estimuladas de outras formas.

14 - É verdade que, quando se volta ao trabalho, se interrompe a amamentação?

Infelizmente muitas mulheres o fazem, porque acham que é impossível conciliar as duas coisas, ou simplesmente porque alguém lhes disse que é mesmo assim. Contudo, já acompanhei várias mulheres no regresso ao trabalho e que conseguiram amamentar com sucesso. Algumas com horários e trabalhos muito complicados, mas com muita força de vontade e algumas dicas e apoio conseguiram manter a amamentação durante o tempo que quiseram.

15 - É por amamentar que os bebés acordam mais durante a noite?

Todos os bebés acordam durante a noite, ponto. E a maioria acorda várias vezes até por volta dos 3 anos de idade, o que pode ser explicado pela sua necessidade instintiva de confirmar que têm alguém por perto, que não estão sozinhos… Entre os bebés que acordam várias vezes durante a noite temos aqueles que readormecem sem precisar de nada ou de ninguém, e muitos pais nem sequer sabem que eles acordaram, temos outros que precisam apenas de contacto, conforto, calor, colo, de ser embalados, e temos outros que precisam de mama, seja porque têm fome e efectivamente precisam de leite, seja porque assim recebem o contacto e o calor da mãe, qualquer um dos motivos é válido e deve ser atendido enquanto a criança precisar. Há bebés que não mamam e mesmo assim acordam, e alguns apenas readormecem se beberem um biberão de leite. Agora, se há mais amamentados que acordam de noite do que não amamentados, sinceramente não sei, mas acredito que sejam mais as mães de bebés amamentados que se preocupem com essa situação, porque normalmente é algo que as faz duvidar da quantidade ou qualidade do seu leite. Mas as mamadas nocturnas são importantes e podem ajudar a manter a amamentação, principalmente quando a mãe regressa ao trabalho e o bebé precisa recuperar de noite o que não mamou de dia, e além disso ajuda-o a matar as saudades da mãe.

16 - Quando os bebés mamam muito e muitas vezes de seguida é por falta de leite?

O recomendado é que os bebés mamem quando querem, porque esta é a única forma de garantir que recebem todo o leite que precisam. Por isso, há alturas em que parece que mamam mais, e mais vezes, mas isto não significa que a mãe está com menos leite que antes, simplesmente significa que o bebé está a crescer e por isso precisa de mais leite que antes e essa é a única forma que têm de aumentar a produção, ou seja, aumentando o estímulo. Normalmente chamamos a isto de picos de crescimento, que ocorrem várias vezes ao longo do desenvolvimento dos bebés, e é uma questão de dias, até se conseguir aumentar a produção e voltar ao normal.

17 - Existe a relactação ou é um mito?

Sim, existe, eu própria já acompanhei alguns casos, e basicamente trata-se de uma mãe que deixou de amamentar por algum tempo e quer retomar a amamentação. Este pode ser um processo que pode demorar alguns dias, ou semanas, dependendo de alguns factores como a quantidade de leite que a mãe ainda tem, ou a idade do bebé e a facilidade com que volta a pegar na mama da mãe.

18 - Uma mãe com mamilos invertidos ou rasos tem condições para dar de mamar?

Sim, porque o mais importante não é o mamilo. No final da gravidez ou após o parto, os mamilos normalmente ficam mais salientes e mesmo que não fiquem normalmente é possível formá-los com a ajuda do bebé para que a pega seja mais fácil. Mas o mais importante é as mães perceberem que a amamentação não depende do tamanho da mama ou da saliência do mamilo, que deve apenas servir como ponto de referência para o bebé pegar, mas sim com a pega correcta que deve ser estimulada desde o início e que normalmente os bebés conseguem fazer sozinhos, se lhes for dada essa oportunidade e desde que não haja interferências (biberões, chupetas, mamilos de silicone). O ideal será que seja dada oportunidade ao bebé de mamar assim que nasça, e que seja dado tempo e espaço à mãe e bebé para se descobrirem e encontrarem a sua melhor posição para mamar. Se após algumas tentativas, ou se mesmo depois de alguns dias o bebé continuar sem conseguir fazer uma boa pega, o que normalmente é identificado por dor ao amamentar, pode ser necessária alguma ajuda especializada para tentar corrigir a pega e melhorar a situação.

19 - No caso de uma mãe fumadora, se não conseguir deixar de fumar, é melhor não dar de mamar?

Apesar de se achar que sim, essa informação não está correcta, segundo vários estudos efectuados. O bebé de uma mãe que fuma vai sempre ter a probabilidade de estar em contacto com o fumo do tabaco, quer esta amamente ou não. O ideal seria não fumar, obviamente, mas para o bebé é mais prejudicial ter uma mãe que fuma e beber leite artificial, visto que este não protege o bebé dos efeitos da exposição ao tabaco, do que ter uma mãe que fuma e beber leite materno, que o protege contra os malefícios do tabaco.

20 - Há mães que referem que dar de mamar é como estar numa prisão. É precisa muita disponibilidade?

Eu penso que é preciso muita disponibilidade para se ser mãe, mas não considero que ser mãe seja uma prisão. Mas respondendo à tua pergunta, penso que enquanto o leite materno é o único alimento do bebé, nos primeiros 6 meses, é normal que a mãe se sinta muito requisitada, mas é algo que a maioria das mães aceita sem grandes problemas pois elas próprias têm dificuldade em afastar-se do bebé. Conforme o bebé vai crescendo, e vai conhecendo outros alimentos, torna-se mais fácil a mãe deixá-lo com outras pessoas mas também o pode fazer antes desde que seja com alguma organização e extraindo o leite para deixar para o bebé. Eu penso que muitas mães associam a amamentação a uma prisão porque acham que não se pode comer nada, nem ir a um jantar com amigas e beber um copo, mas essas informações não estão correctas. Pode-se comer de tudo moderadamente, e se tiver efeitos no bebé para a próxima comemos menos ou evitamos por uns tempos, e em relação a beber um copo, se não for uma grande quantidade basta não amamentar nas horas seguintes, e se a mãe quiser beber mais basta organizar-se e extrair leite para uma ou duas refeições do bebé.

1.14.2015

Mães que tudo sabem (#04) - Catarina Raminhos

Quando a Catarina Raminhos me contou que estava grávida, chorei a antever o que aquele bebé iria sofrer nas mãos do pai. Mentira, chorei de felicidade. E hoje choro a rir com as saídas da filha mais velha, a Maria Rita.
A Maria Rita tinha dois anos quando a Maria Inês nasceu e a família Fernandes Raminhos ficou ainda mais bonita.

Sou amiga da família e tenho acompanhado o crescimento das Marias e comprovo: apesar do pai que lhes calhou, elas são miúdas muito felizes! Fora de brincadeiras, o pai das Marias é o António Raminhos, aquele humorista barbudo e alto que ultimamente tem feito os vídeos mais fantásticos de sempre.
Este é o meu preferido, vejam. Como irritar uma criança? Ele consegue e é hilariante! E a Catarina, o que pensará ela disto?

Vocês são namorados desde sempre. Quando é que começaram a pensar em filhos?
Um dia pusemo-nos a fazer contas. "Bom, namoramos há 10 anos, vivemos juntos há 5, casámos há 2, portanto está na altura de nos metermos noutro sarilho". Não, foi um processo muito natural. Sentimos que era boa altura, fui à farmácia comprar ácido fólico, marquei consulta com o médico de família e passámos à parte gira dos treinos. Depois de uma primeira experiência que não correu bem, lá chegou a Maria Rita.



O Raminhos é o melhor pai do mundo?
É. E isto nem sequer é um elogio. É uma constatação.

Há pessoas que se chateiam com os vídeos que ele faz, mas outras dizem, a gozar, que a Segurança Social vos vai bater à porta. Como lidam com a falta de sentido de humor de algumas pessoas?
Há poucas coisas mais subjetivas que o humor. Uma coisa que para mim é hilariante para outra pessoa pode ser ofensivo, precisamente porque o humor tem que ver com as nossas referências, contexto e sensibilidades. Quem vê é livre de achar piada ou não. Mas há pessoas que gostam de ir mais longe e partir para o insulto. A essas peço apenas que esperem pelo próximo vídeo, pode ser que gostem mais...

Como te sentes ao ver as tuas filhas mais expostas? Falaram sobre isto?
Falámos muito sobre isso. Até hoje, nunca coloquei uma foto de rosto das minhas filhas no meu facebook (e só tenho 700 e tal "amigos"). Este nível de exposição assustou-me no início, mas houve um "detalhe" que me fez concordar com os vídeos: o facto de as brincadeiras serem genuínas e refletirem a relação do pai com elas. Não há ali nada de falso ou ensaiado, são situações espontâneas e que sempre estiveram presentes. Aquilo são eles.

Elas têm dois anos de diferença. Esse tempo foi pensado ou o preservativo rompeu-se? :)
Foi uma decisão "kamikaze". Não queríamos ter só uma filha e não queríamos esperar por noites bem dormidas para ter a segunda - e voltar dolorosamente às fraldas, aos turnos noturnos e aos biberões. Assim, "encomendámos" a Maria Inês e adiámos as noites bem dormidas. Aliás, continuamos ansiosamente à espera delas...       




Que tempo achas ideal para a diferença de idades entre filhos?
Acho que não existe tempo ideal, depende da dinâmica de cada família ("dinâmica de família" agora usa-se muito e eu tinha de enfiar aqui). Nós optámos por esta estratégia e, apesar de no início ter sido muito duro, porque tínhamos duas bebés nos braços, depois compensa. Agora já brincam muito uma com a outra, conversam e acabam por não depender tanto de nós e não exigir tanto a nossa atenção. Ou seja, já dá para fazer o jantar de seguida, num tempo aceitável, e tomar banho (incluindo lavar o cabelo) sem que haja outro adulto por casa. 

Do primeiro para o segundo filho, a tua vida mudou mais do que esperavas?
A vida muda quando se é mãe. Quando tivemos a Maria Rita tudo mudou. Quando veio a Maria Inês, tivemos de fazer alguns ajustes e tornámo-nos um bocadinho mais elásticos (ainda bem que o coração também é elástico e isso acaba por compensar tudo de forma muito justa e equilibrada).

As Marias dormem no mesmo quarto. Isso corre bem ou às vezes dariam um dedo mindinho para que elas pudessem ficar separadas?
Corre bem, raramente acordam com o choro da outra. Mas na verdade, elas gostam mesmo é do quarto dos pais porque invariavelmente, dê a noite as voltas que der, acabam as duas enfiadas na nossa cama. (Sim, já sei que não se pode, nem se deve e tem de se contrariar. Mas quando estamos muito cansados prevalece o "que se lixe que daqui a alguns anos não vão querer dormir connosco e isto é só uma fase").





Como é que gerem os ciúmes das duas, se é que o têm?
Quando a Maria Inês nasceu a mana tinha muitos ciúmes e só lhe faltou fazer o pino para chamar a atenção. Mas depois passou-lhe - também porque tentámos equilibrar a coisa. Reclamam o mesmo tempo, atenção e quilos de beijos. Mas isso parece-me justo :) 

Elas são muito diferentes? E vocês cultivam essa diferença?
Elas são muito diferentes. O que têm de mais parecido é o nome (mais tarde podem agradecer ao paizinho!). Mas são diferentes em quase tudo, mesmo nas aquisições (outro termo muito in nos consultórios de pediatria e centros de pré-parto). A mais velha começou a falar e a andar primeiro, mas a mais nova com dois anos já não usa fralda. Acho que em comum só têm o facto de serem lindas ;)

Gostas mais da Catarina mãe ou da Catarina antes de ter filhos?
Sem qualquer dúvida, da Catarina mãe. Se bem que muitas vezes olho para a "Catarina antes de ter filhos" e invejo-lhe o tempo livre, as idas ao cinema, os jantares com o namorado, e por aí em diante. Mas depois vejo a desgraçada sem crianças e acabo por sentir pena dela (isto, claro está, porque ela/eu sempre quis ser mãe).   


O que deixaste de fazer depois de ser mãe e que tens mais saudades?
Deixei de gerir o tempo em função do que quero fazer e passei a geri-lo em função do que tenho de fazer. Tenho saudades dessa liberdade de não ter obrigações. "Não há sopa feita, paciência, vamos comer a qualquer lado" ou de pensar, numa sexta à noite, que fixe fixe era irmos de fim-de-semana para qualquer lado... e irmos.  
  
Decidiram ir viver para uma aldeia no campo. O que te atrai aí?
Tudo. O verde, a paz e o espaço que existe para brincar e crescer "lá fora". A vida em comunidade, os vizinhos que penduram sacos com laranjas na porta, o metro quadrado de ervas aromáticas, o telheiro onde se reúne os amigos. E mais que ainda não sei mas vou descobrir.      



Que valores achas mais importante passar-lhes? E o pai? (Pergunta-lhe aí que isto está a ficar demasiado sério...)
Não vivemos obcecados com isto, mas acabamos por insistir na partilha - talvez porque muitas das birras delas surjam em torno dos brinquedos que são de uma ou de outra. E não queremos que cresçam egoístas, valha-nos Deus! Para o pai, "o mais importante é não levar a vida demasiado a sério". E eu concordo. 

Com uma mãe a trabalhar em televisão e um pai humorista, as miúdas não vão querer trabalhar num banco ou num laboratório, ou será que vão? Estão proibidíssimas de seguir as vossas pisadas? ;)
É proibido proibir! Acho que têm de seguir o caminho que as fizer mais felizes. Isto soa muito a frase-feita, mas acredito mesmo que deve ser assim.

A próxima filha vai chamar-se Maria quê? Se for menino será Maria também? (vá, não vale a pena dizer que fecharam a loja, sem responder à pergunta primeiro!).
Se for menina não faço a menor ideia, porque não há mais nenhum nome que goste ao lado de Maria - e não ser Maria não faz sentido, porque ia crescer com complexos de inferioridade e a achar que tinha sido encontrada no lixo. Se fosse menino seria João Maria, não por ter "Maria" no nome, neste caso - juro! - mas porque tem um significado especial para nós. No entanto, Joana, lamento informar-te que a loja está mesmo fechada. Não voltarás a chorar com a notícia...


Alguma pergunta que nunca te tenham feito como mãe, mas que gostasses de responder?
Eu acho que se me perguntassem simplesmente o que é ser mãe eu daria a sábia definição que um senhor pedreiro me deu a mim e ao pai delas quando nos mudámos para a nossa casa: "ser mãe e ser pai é ter o coração ao alto". É mesmo. E não só por uma questão de Fé - ele tem de estar ao alto porque alegra-se, aflige-se e cresce todos os dias um bocadinho e às tantas não cabe todo cá dentro. 


A Mãe é que sabe?
A mãe é que sabe. Sempre ;)

Obrigada, Catarina! 

*fotos lindíssimas da Adriana Morais