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1.31.2017

8 coisas a fazer antes de ter um bebé.

#1 Mudar imensas vezes a areia dos gatos.

Depois, se não formos imunes à toxoplasmose, não convém que mudemos nós a areia e podemos ficar com saudades. 




#2 Olhar imenso para o pipi 

Quiçá até conversar um pouco com ele. Ele vai sentir a nossa falta durante 9 meses. 




#3 Fazer amor em várias posições que não a de frango.

Só para nos despedirmos daquelas posições em que não estamos tão expostas ou até daquelas em que parecemos uma pessoa que pratica yoga e que gosta muito de sexo. 

#4 Ir ao dentista.

Literalmente. Tratar dele se for engraçado. Depois de ter um filho, isto das traições cai pior. Brincadeira. Tratar da dentuça toda que depois a ben-u-ron e a brufen não há grande coisa que nos acuda. Contar com os 9 meses de gravidez mais não sei quantos de maminhas e tetinhas e não sei quê. 

#5 Usar todas as lingeries mais atrevidas que tenham.

Depois, quando estiverem grávidas e mesmo uns tempos depois da criança nascer, as mamas não vão caber nos soutiens do costume (vão parecer um mocaccino entornado) e o pipi também não caberá tão bem nas cuecas. Fica a parecer quando tentamos embrulhar algo em papel de alumínio e não tirámos papel suficiente.



#6 Fazer análises.

À vida, ao tempo, à conjuntura, ao buço da melhor amiga... e ao sangue! Convém mesmo saber se o nosso corpo está em condições ou se parece aqueles panos húmidos nojentos que às vezes deixamos no lava-loiças e que estamos em negação sobre a quantidade de bactérias que terão.

#7 Deixar de tomar contracepção

Parecendo que não, é importante. Há quem dia que, quando tomamos contracepção, não há grandes probabilidades de ter um bebé. Pelo sim, pelo não, acho melhor tirar ou deixar de tomar. 

#8 Arranjar esperma.

Maria engravidou sem badalhoquices, mas a maior parte das pessoas é capaz de precisar de um pouco de sémen para gerar vida. Somos muita boas e multi-task mas ainda não conseguimos fazer isto dos bebés sem essa parte da equação. Podemos tentar, quer dizer. Nada nos impede. Se calhar se fecharmos os olhos e pensarmos só em coisas boas... 

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1.22.2017

A ti, grávida cheidanerves.

Nem todas levamos a vida numa de "ai, o que tiver de acontecer, acontece". "Vai correr tudo bem". Há umas quantas de nós que se enervam, que têm medo de não estar a fazer bem as coisas, que têm medo que o corpo não funcione em condições ou que toda a humanidade tenha um segredo fatal sobre isto da maternidade e que nós sejamos as únicas a não saber. 



Sim. Eu era uma dessas pessoas. Achava que, além de não estar equipada para ser mãe fisicamente (não sei porquê, achava que o meu corpo talvez nunca viesse a funcionar, desde pequenina) também não seria capaz de ser a mãe que eu precisaria de ser para ser feliz (sim, tenho noção do quão egoísta parece ser esta afirmação).  

A verdade? É como tirar a carta de condução. Antes de tirarmos parece (para estas algumas, claro), muito assustador e "demasiada coisa ao mesmo tempo", depois começamos a reparar nas pessoas que nos rodeiam e que têm carta e que nem todas parecem ser guardadoras de um potencial gigante para a condução e começamos a apercebermo-nos de que talvez seja possível conseguirmos. 

O problema? Não há aulas para isto de ser mãe. Não andam connosco durante umas 100 e tal aulas a explicar regras (das quais nunca nos iremos lembrar - o mais próximo disto são as aulas de preparação para o parto) e depois conduzem connosco num automóvel até nos sentirmos seguras o suficiente para fazermos um exame e, se passarmos, podemos ser mães. 

Neste caso, em princípio, decidimos e depois temos logo as chaves na mão para levar o bicho a passear, sendo que convém que ele sobreviva (e nós também). A parte boa é que temos 9 meses para nos habituarmos à ideia, mas temos também 9 meses para nos minarmos por dentro e para que as pessoas "da nossa vida" não nos acalmem, antes pelo contrário. 

Gostava que me tivessem dito estas coisas (podem rir-se à vontade, mas teriam ajudado): 

- Não és menos de que qualquer outra mulher que seja mãe. 

- Lá por não seres perfeita, não quer dizer que não mereças ser mãe. 

- O amor pelo teu filho encaminhar-te-á sempre para as decisões mais certas.

- Tu vais sentir o amor de que toda a gente fala. O teu coração não está morto. 

- O teu medo, em ti, é sinal de que queres muito que tudo corra pelo melhor. 

- Não depende tudo de ti, mas no que depender darás o teu melhor (porque amarás) e é isso que importa.


Depois de tudo isso que senti e que, de vez em quando ainda sinto - mas que quanto mais vou amando a Irene mais me vou amando a mim - cá estamos. A Irene tem praticamente três anos e é feliz e eu também.

Tudo começou naquele dia em que, numa de loucura, achei que era capaz.



Outras leituras: 

"Estás grávida se..."

"Não sou mãe galinha, sou mãe informada". 

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12.19.2016

10 coisas para dizer à mãe de um recém nascido.

Se calhar somos más. Se calhar, quando ficamos enervadas com os primeiros comentários estamos só a não conseguir gerir bem o facto de termos passado pela experiência física mais desgastante de sempre da vida de uma mulher a não ser aulas de Bum Bum Brasil (ou 3B se formos finas). Se calhar, as pessoas estão desconfortáveis por estarem a assistir a um pequeno ser vivo que acabou de sair do nosso pipi, o sítio onde aproximadamente 9 meses antes entrou um pedaço do genital do nosso companheiro. Assim dito parece nojentinho, não é? Pois, se calhar as pessoas entram em piloto automático e só dizem mecónio porque não lhes sai nada melhor. 


 
Talvez precisem de ajuda para uns comentários mais criativos. Aqui vai: 


10 - Uau! Para quem acabou de ser esventrada, eu ia lá! Estás com óptimo aspecto!

Por muito que pareça altamente inusitado, no fundo, no fundo, gostamos de sentir que as pessoas até nos considerariam num "acto de loucura". A não ser que sejam familiares (o que é provável dada a visita ser no hospital) ou, então, profissionais do próprio hospital (também seria esquisito, a não ser que aparecesse um Karev, um Jackson ou um Derek - que Deus o tenha). 

9 - Quem me dera ter umas tetinhas assim!

Há coisas boas nisto dos primeiros meses e uma delas é ter umas mamas de pornstar. Um bocadinho vascularizadas demais? Ao ponto de parecer que tomamos suplementos e que foram só para as mamas? Talvez. Porém, são umas belas tetinhas e há que aproveitar. 

8 - Trouxe-te um Kinder Surpresa!

Epá, nós sabemos bem quais são os verdadeiros prazeres da vida. Não é ser mãe e plantar um livro ou escrever uma árvore (eu reparei no que escrevi). É mesmo mamar umas barrinhas de Kinder a ou mesmo uns 4 ou 5 ovos daqueles e pensar "há coisas mais importantes na vida que isto" e não haver culpa NENHUMA porque temos ali um ser que só sobrevive graças a nós.

7 - Olha, não sabia o que trazer, então trouxe-te 300 euros num cheque-prenda da Zara.

Como assim não se sabe o que é que se há de dar a uma mulher? Zara! Zara! Zara! Seja qual for o momento da nossa vida, queremos comprar "uma coisinha". E a Zara tem loja online, por isso mesmo que o nosso pipi ou a nossa cesariana nos impeça de andar como gente grande e nos faça andar tipo caracol (sendo o rasto, tudo aquilo que expelimos no mês seguinte pela vagina e que é nojento) dá para fazermos compras e para elas virem cá ter a casa. 

6 - O teu homem deu em louco e contratou uma empresa de limpeza para os próximos 20 anos. 

E são duas mulheres razoavelmente feias (vá, só para não ter que pensar no assunto) e altamente eficientes. Têm um gosto particular por ordenarem a roupa por cores e por estações e por tomarem conta de recém-nascidos. 

5 - Mulher!!! Não sei o que terá acontecido, mas ligaram-me da CGD a dizer que tinhas demasiado dinheiro na conta e que não têm mais espaço para guardar o teu dinheiro!

Ter dinheiro "fictício" ao ponto de não ter sido para o guardar parece-me fabuloso. Sendo que, depois de um parto, sabemos bem onde temos mais uns m2 onde podemos guardar coisas. Podem ficar algo sujas, mas nada que depois um Dettol não resolva.

 
4 - O miúdo é igual a ti, que sorte a dele!

Por muito que tenhamos escolhido o pai (às vezes acontece não termos escolhido, mas "compensa", vá), ficamos mais descansadas se forem parecidos connosco. Não, nós amamo-vos a sério que sim, mas... achamos sempre que somos mais perfeitinhas, até de cabeça (o único homem que esteja a ler isto que pare de se rir, sff). 

3 - Não vou pegá-lo ao colo só porque tenho saudades de bebés. 

Há muitas mães que não se importam e que adoram que os bebés sejam a batata quente daquele jogo quando éramos mais novos (a Joana Paixão Brás era um bocado assim, até emprestava a Isabel à senhora da portagem para procurar melhor se tinha trocos, na boa - não que as senhoras das portagens sejam perigosas, mas só por serem estranhas e, se calhar, por ser desnecessário). Porém, sendo que o bebé e a mãe acabaram de passar por um "trauma" e que provavelmente não irão beneficiar desse momento, o melhor é fazer a visita rápida, dizer que o puto é giro e voltarem para casa a tempo de ver a Pedra sobre Pedra (foi a última novela que vi, não tenho mais referências). 

2 - Apanhei ali a médica no corredor e ela disse que podes sair já amanhã. 

Não foi o meu caso. Confesso que houve um dia em que não queria sair porque estava aterrorizada porque achava que a criança ia morrer assim que ficasse só e exclusivamente a meu cuidado. No entanto, muitas mães só querem ir para o sossego do seu lar e que "a vida comece". Esqueci-me de tentar ter piada nesta, que chatice. 

1 - Vais ser uma óptima mãe. Nós sabemos. 

Ui. Mesmo a mulher mais segura do mundo, numa primeira "viagem" pelo menos, é mais provável que não esteja segura a 100%. Ouvir isto de quem nos conheça, de que estamos perfeitamente aptas para o ser, é um conforto gigante e que nos irá dar força para ultrapassarmos mais rápido algumas dificuldades. Quanto mais importante for a pessoa para nós, maior o impacto, mas qualquer pessoa ajuda nisto. 


Outra: se não souberem o que dizer, podem sempre sorrir, dar beijinho na testa da mãe, perguntar se podem ajudar nalguma coisa e sair. Sente-se o amor e carinho na mesma.

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8.21.2016

Ela não é perfeita.

Pode parecer. Pode parecer que é tudo óptimo e que não há problemas com a Irene, mas há. Se não houvesse é seria problemático. É normal haver "problemas", é normal haver crescimento e de todos, não apenas das crianças. 

A Irene é magnífica, divertida, inteligente, comunicativa, energética, compreensiva, mas... 

  • Faz uma birra enorme quando sabe que me vou assoar - não gosta de barulhos altos - não que eu me assoe alto que sou uma mulher cheia de classe (ahah) - mas esteve com quem se assoasse assim quando era pequenina e ficou com medo. 
  • Quando está frustrada, bate-me. - E é só a mim. Claro que "toda" a gente me faz a cabeça que é por ser eu a mais compreensiva e "branda" e lá lá lá, mas sabem noutra coisa que este blog é espectacular? Tenho reparado que acontece mais frequentemente com as mães por, no fundo - ahah não queria dizer nada isto porque sei que me pode trazer problemas - ser connosco que se sentem mais à vontade para mostrar o lado primitivo, vá. Atenção que ela nunca levou uma única palmada na vida, é mesmo "animal".
  • Diz que quer uma coisa para comer e, quando a damos, pede outra - Ui, se há algo que nos enerve de manhã é isto. Depois de fazer o pão com creme vegetal (sim, sou dessas) a miúda sai-se com "quero iogurte". Claro que podíamos não perguntar nada, mas continuamos a fazê-lo.
  • Apesar dos milhares de avisos, continua a atirar coisas para o chão - ela sabe que não deve e muitas das vezes é por falta de jeito, mas continua a fazê-lo, apesar das conversas. 
  • Sempre que perguntamos alguma coisa ou sugerimos, mesmo que queira, ela diz "não" - é sempre o primeiro contacto porque, vá, também culpa nossa, achamos piada das primeiras 10 vezes. 
  • Dizer que não queremos que ela mexa nalguma coisa porque "é do pai" e ela pega nela e vai dar ao pai - para poder mexer na mesma. 
  • Agora anda a dizer que não quer dormir à hora da sesta, apesar de depois adormecer facilmente quando convencida.
  • Não gosta que o Frederico e eu nos abracemos muito - achamos ainda alguma graça a esta. 
  • Se estivermos a conversar um com o outro e isso perturbar a sua actividade (ouvir o ipad, é um exemplo), não quer que falemos um com o outro.

Ela não é perfeita e ainda bem. Ninguém é e ela é alguém. Uma pessoa ainda em pequenino, mas já uma pessoa. 


Parece o gato das botas do Shrek aqui. 
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6.21.2016

Ouve lá a tua mãe.

Irene, estive para aqui a pensar e há algumas coisas que gostaria de te dizer. Não revires os olhos, anda lá cá à tua mãe, vá. 




- Se queres que algo seja segredo, não contes a ninguém. 

Sei que vai ser muito difícil e que temos aquela melhor amiga na qual podemos sempre confiar. Se for um segredo do tipo "dei um linguadão ao Jorge", podes contar. Agora, se for um segredo daqueles grandes, que não queres que ninguém saiba, CONTA À TUA MÃE imediatamente. 

- Não andes para aí a fazer a depilação às escondidas com a gillette da mãe. 

Até porque a mãe podia ser um bocadinho mais lavadinha e limpar melhor aquilo e não mereces tamanha bicheza. Além de que há outras soluções para disfarçar essas penugens que não andares a ceifar virilhas com 13 anos. 

- Não precisas de ter tanta roupa nova como a menina rica da turma. 

Vai sempre haver meninas que tenham mais roupa nova, mais relógios, telemóveis melhores, mães com mais classe. Porém, tu brilhas nas tuas calças mais antigas. A menina rica precisa dessas roupas todas porque não tem tanta piada como tu, nem consegue arrotar tão alto - o que é um dom. 



- A única coisa que perdes em sair à noite tão cedo é a tua virgindade. 

Deixa-te estar em casa a ver o Love on Top com a mãe. Diz que aquilo cria uma espécie de alergia pela espécie humana e, portanto, quando tiveres idade para sair à noite, optas menos pelos rapazes que tenham mais mamas que tu. 

- Afasta-me essas mamas!

Filha, não cedas à pressão das tuas mamas terem de parecer um rabo de um bebé. Elas são lindas cada uma para seu lado. Pensa que, se esconderes os mamilos nas axilas, até poderás um dia não precisar de usar soutien. 

- Borrifa-te para os crop tops!

Tens barriguinha e não ficas tão bem de crop tops como as tuas coleguinhas de turma? Diz à mãe que a mãe começa a deixar-te levar um pacotinho de leite gordo para lhes dares ao lanche, Ficam logo mais inchadinhas. Levas também um frasco só de glúten (qualquer dia já há à parte para por a gosto) e começas a polvilhar por cima da comida delas. 

- O rapaz mais giro da turma é gay.

Não desesperes. Se o rapaz mais giro da turma não te ligar nenhuma é porque é gay. Se não for, passa a ser. Se se enrolar com uma colega tua, é gay na mesma mas está a disfarçar. Se se enrolar com duas é para disfarçar ainda melhor porque é ainda mais gay. 

- Não sejas daquelas que pedem carregadores.

Anda com um carregador atrás, mas sem dizer a ninguém. O mundo tem de perceber que, se quer carregar o telemóvel, tem de arranjar maneira de o fazer. Já estamos a conseguir acabar com os "crava nights" agora é com os crava carregadores. 



- Ri-te das tuas próprias piadas. 

Que parvoíce esta mania de não nos podermos rir daquilo que nós próprios dizemos. Tem mais graça se parecer que estamos a falar a sério e que fomos apanhados desprevenidos com os risos dos outros? Nada é mais bonito que uma mulher a rir. Se for uma mulher a rir das suas próprias piadas ainda mais giro, quer dizer que disse umas quantas. 

- No ginásio não sejas púdica.

Todas nós dizemos que não queremos ver as vaginas umas das outras no ginásio (bem, nem todas), mas essas afirmações creio que esconderão sempre uma certa admiração pela liberdade que elas têm de andar com elas de um lado para o outro como se fizessem parte do seu corpo. A tua vagina faz parte do teu corpo e as mamas também. A não ser que tenhas uma vagina na testa e que não seja tua. 

- Não cedas à pressão de ser um conguito. 

Chegou o Verão e ainda não tens as pernas bronzeadas? Usa saias na mesma, usa vestidos na mesma. Quem disse que só quando temos outra cor que não a NOSSA é que podemos usar roupa? Tens as pernas brancas? Usa vestidos pretos, vermelhos, o que for que te vão ficar ainda melhor. 




- Usa o cotovelo no autocarro. 

Se andares num autocarro mais cheio e sentires uns quantos senhores de mais idade a aproveitarem-se disso, usa a táctica do cotovelo na anca para os afastar. Senão, tens a autorização da mãe para dizer em voz alta "Olhe, desculpe lá, será que tem mesmo que se roçar no meu rabo?". Verifica primeiro se há realmente mais algum espaço disponível para não fazeres figura de ursa.

Vá, agora vai lá à tua vida, A mãe depois diz-te mais coisas. 

Gosto muito de ti, está bem? 



4.26.2016

Se eu tivesse dinheiro "a mais"...

Não tenho dinheiro a mais. Aliás, nem sei se esse conceito existe para uma mulher. Não há "dinheiro a mais", sabemos sempre o que fazer com ele e conseguimos sempre argumentar que são coisas que "precisamos". 

Abstraindo-me do que seria politicamente correcto dizer (ex.: salvar o mundo da pobreza e da fome) e para não ser chicoteada como a Joana Vasconcelos por causa daquela promo da RTP, vou apenas cingir-me ao meu imediato do quotidiano até porque isto acaba por ser um blogue de maternidade (o melhor, claro) e não um blogue de generalidades politicamente correctas. Pretendo que seja um exercício light e ligeiramente cómico e não uma lição de sensatez e de humildade, está bem? Bem, com tanta ressalva já estou a ser mais chata que as pessoas aborrecidas que vêm para aqui comentar só para explodir um bocadinho (os namorados delas têm muito que nos agradecer - DE NADA, façam mais amor!).


Se eu tivesse dinheiro "a mais" e esta ordem é ditada sem pensar: 

  • Fazia uma limpeza à barriga - não quero dizer com isto que está suja e que tem borboto no umbigo. Era mesmo aspirar esta trampa toda e coser, só para durante alguns meses (visto que iria continuar a comer porcarias) saber o que é andar de crop top ou de poder usar roupas justas sem pensar na cinta modeladora que até safa minimamente a Oprah. 
  • Comprava uns ténis New Balance sem serem falsos - Epá, caí na esparrela de mandar vir de uma página no Facebook que até me parecia credível (a página, entretanto desapareceu, seus filhos da...) e pude constatar que são mais baratos por serem uma valente... 
A maior parte deles é feia, mas quando são giros, são mesmo.

  • Pagava todas as mensalidades da escola da Irene até à 4ª classe só para não ter a chatice de receber e-mails mensalmente.
  • Comprava a banca da Benefit da Sephora - só naquela de nunca mais me faltar nada da marca. 
  • Comprava um mini - aliás, porque estou armada em pobre? Comprava um mini de cada cor para combinar com as minha lingerie. Lingerie essa que...
São 32 destes, sff. 

  • Comprava toda uma Victoria Secret. Nem sei se há lojas por cá, se não há... mas o pessoal que é fino diz que é bom e, portanto, se tiverem tamanhos para pessoas normais, gostaria de usar.
  • Fazia depilação definitiva no bigode (o meu é um bigode e não um buço), virilhas (não faria o pipi todo porque sei lá se a moda depois não muda e depois fico tipo as pessoas que fizeram as sobrancelhas só ficarem com uma linha de pêlo e agora, com a nova moda, parece que saíram de uma sessão de radioterapia - não, não estou a gozar com as pessoas que fazem radioterapia, que chatice!) .
  • Punha tudo o que tenho na despensa em frasquinhos com etiquetas giras - penso tão baixinho, não é? Imaginem o quanto deliro quando entro na Tiger. Deliro menos quando vejo as tampas todas enferrujadas de irem só uma vez à máquina.
  • Mandava vir TUDO da Zara, até mesmo coisas que não me servissem, só para arrumar tudo direitinho no meu...
  • CLOSET DO CARAÇAS!!! - Até estou ofendida comigo própria por só me lembrar agora desta hipótese! Isto está em primeiro lugar, mais do que tudo o resto, que parvoíce. Uma coisa é certa: não quis desde sempre ser mãe, mas sempre sonhei ter um closet. 
Não seria com esta bimbalhada de aspecto, claro.

  • Comprava um computador novo que o teclado do meu foi para o galheiro e querem levar-me 300 euros para pôr um novo. 


Bom, para o comum dos mortais hão de faltar aqui viagens pelo mundo inteiro e coisas que tais, mas foi só mesmo isto que me veio à cabeça (AHHH! Outra: MAMAS NOVAS!). 

E vocês? Se tivessem dinheiro "a mais"? Sonhar não é proibido...

4.17.2016

Estás grávida se...

1 - tiveres feito amor ou, então, se tiveres conhecido algo que se chame de Espírito Santo e tenham feito essa marotice, mas que lhe tenhas dado outro nome.

2 - de repente, já não consegues encolher a barriga nas fotografias. Bem tentas, mas não tens controlo nela, muito à semelhança da consequência de ingestão de uma pizza inteira cheia de queijo por um intolerante à lactose. 

3 - começas a olhar com um ar guloso para camisolas de riscas horizontais justas. Nunca usarias aquilo na vida, não fica bem a quase ninguém, mas é agora que vais usar e é agora que deves usar. É uma espécie de farda da gravidez. 

4 - andas com um ar de que os problemas dos outros não te podiam afectar menos. Estás a gerar vida, estás a "começar" a tua vida (é o que algumas sentimos) e queres lá saber o que o teu chefe pensa de não terem aparecido a horas para uma reunião.

5 - começas a querer fazer mais amor e de uma maneira que só a Bernardina compreende. 

6 - pensas que tomar ácido fólico é algo comovente porque está ligado, de forma muito amorosa, ao teu bebé, ao vosso futuro em casal. 

7 - os teus mamilos começam a escurecer ao ponto de parecer que levaste com dois balázios nas mamas. 

8 - o teu pipi começa a engordar como se andasse a comer kinder supresa às tuas escondidas. 

9 - ouviste falar que se te deitares para o lado esquerdo/direito (há teorias) faz mal ao bebé e, portanto, privas-te disso durante meses e meses. 



10 - entras moderadamente em pânico por não perceberes a diferença entre bodys e babygrows nas listas para a maternidade.

11 - até achas graça o teu cocó sair preto porque sabes que é do Folifer.

12 - apesar de teres prometido a ti própria não abimbalhar muito, já estás num ou 30 foruns para mães na internet e uns 42 grupos sobre isso no Facebook. 

13 - todos os dias achas imbecil a forma como se contam as semanas de gravidez

14 - começas por ler um livro do Dr. Mário Cordeiro e ainda achas que ele tem sempre razão.

15 - alguém te diz que canela e chá verde são abortivos e, por isso, nunca mais lhes tocas e fazes questão de dizer a toda a gente, mesmo que não tenham útero. 

16 - tens sonhos muito bizarros.

17 - tens uma daquelas almofadas de maternidade enormes tipo salsicha porque disseram que ajudava dormir com aquilo, mas nunca te ajeitas realmente. 

18 - sangras um bocadinho do nariz de vez em quando sem razão aparente.

19 - limpar o rabo ou o pipi passam a ser desafios maiores do que fingir que ouvimos aquela nossa amiga a queixar-se vezes sem conta do namorado, mas que continua lá a afunçanhar (eu sei que isto não existe) vá se lá saber porquê.

20 - Tiveres, pelo menos, um bebé dentro da tua barriga.


*Todas as gravidezes são diferentes. Há quem odeie estar grávida, há quem fique eufórica, há quem não saiba até parir. Há quem se sinta grata, há quem se sinta amaldiçoada, há quem não sinta nada por estar cheia de dores. Isto é uma brincadeira em que peguei na minha própria experiência, sendo que, apesar do desafio, certificava-me sempre que limpava muito bem as minhas partes. Ok? Pronto. Agora também, mesmo não estando grávida. 

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3.08.2016

Eu, se mandasse...

Eu, se mandasse...

Contrataria mães. 




- As mães estão habituadas a priorizar, a serem práticas, a relativizar, a saber o preço de um atraso, a saber o quanto enerva não se combinar as coisas com antecedência, a importância de cumprir horários... 

- As mães têm sempre em mente a importância da vida pessoal de todos por, para elas, ser tão importante também. 

- As mães ganham uma capacidade inexplicável de ter paciência quando as outras pessoas se portam como se fossem crianças. 

- As mães aprendem a domar as feras com carinho e compaixão e alguns toques de táctica e disciplina

- As mães sabem que o mais bonito é sentirmo-nos completas e isso transparecer. Nada nem ninguém é mais bonito que uma mulher segura de si e feliz. 

- As mães conseguem fazer omoletes sem ovos e sem frigideira. 

- As mães são e aprendem a ser todos os dias mais e mais criativas. 

- As mães sabem que, às vezes, precisamos de nos por à altura das pessoas para verem como as coisas são pela perspectiva "do outro" (empatia). 

- As mães estão atentas a tudo à sua volta, não só ao "trabalho", mas também à disposição dos colegas. Elas sentem quando alguém precisa de colo. 

- As mães são capazes de gestos muuuito fofinhos aleatoriamente, só porque achamos que "merecem". 

- As mães ouvem à primeira e aprendem porque não querem perder tempo com levar sermões de uma próxima. 

- As mães são vaidosas, muito, mas são mais silenciosas (desde que não se comece a falar de crianças). 





As mães são vocês que ainda não são, mas que vão ser. Tudo isto está em todas nós. As mães não são mais do que ninguém, nem menos. São, simplesmente, mulheres que foram acordadas para muita coisa ao mesmo tempo e com uma bofetada enorme de amor. 

O amor é o principal motivo de uma mudança positiva. Sempre. 


3.05.2016

Coisas de que tenho saudades.

Estar a fumar na sala - alias, de fumar no geral. Já podia ter voltado? Podia, mas não o faço porque estou a ver se não me armo em parva e porque ainda amamento, mas tenho imensas saudades de fumar a ver televisão e enquanto converso. Muitas. 

Chegar a casa, vestir o pijama e babar-me no sofá - Agora tenho a sensação que depois de trabalhar que chego a casa para o meu segundo e terceiro emprego: mãe e "dona de casa". 



Discutir no volume que me apetecer e espernear quando me apetece - Dantes podia dar aso a todo o meu talento dramático quando acontecia algo que me enervasse, agora já não. Sinto que a Irene está a castrar o meu desenvolvimento artístico neste ponto. 

Comer imensa porcaria sem me preocupar muito com o exemplo - Emborcar flocos de neve o fim-de-semana todo ao ponto de ficar com as bochechas todas carcomidas por dentro ou de deitar abaixo meio quilo de m&ms só porque sim, sem haver desgosto amoroso nem nada. 

Acabar o meu dia mais cedo - Não ter que jantar e dar o jantar, tomar banho e dar banho, adormecer e fazer adormecer. O dia fica bem mais curto.

JANTAR FORA de improviso a horas de gente - Como é que só me lembrei desta agora? Como? 

E acreditam que não me lembro de mais nada? O que se passa comigo? 

Acho que já escrevi um post sobre isto há meses e que tinha muitas mais saudades de mais coisas...

Isto da maternidade é uma coisa que se vai apoderando de nós aos poucos. Como li algures, é a morte do nosso passado (que custa a fazer o luto), mas assim que está feito, só me lembro destas coisas para ter saudades. 

Isto não era suposto ser um post fofinho. Queria mesmo escrever imensas coisas das quais sinto saudades, mas... não tenho culpa! 

E vocês? Ajudem-me!

2.23.2016

Coisas que uma mãe feliz faz.

Já estive do outro lado, do lado infeliz, do lado cansado... ao mesmo tempo que, por uns minutos, tinha laivos do lado feliz da maternidade. Esta mudança deveu-se muito a dormir melhor (já vos falei disso aqui e aqui), mas também a tratar da minha ansiedade (aqui) e a voltar a trabalhar (aqui). 

Já chega de links, caramba. 

Mais fotos aqui


Coisas que noto em mim, agora que está tudo mais calmo: 
(não sei quanto tempo durará, mas sei que não será assim sempre e para sempre)

  • Quando a Irene me chama de manhã para acordar, vou cheia de vontade de a ver e entro no quarto com alegria e a brincar com ela e cheia de vontade de a mimar. - Dantes entrava triste, cabisbaixa, sem lhe passar alegria nenhuma por estar tão cansada e até zangada por ter sido acordada. 
  • Consigo arranjar estratégias mais criativas para contornar problemas temperamentais. Dantes, assim que ela me dissesse que não queria trocar a fralda (assim que acorda), ficava logo enervada. Agora, brinco e lá se muda a fralda até de uma maneira divertida. 
  • Tenho mais vontade de a integrar nas minhas tarefas. Em vez de a privar de ver a mãe a cozinhar (como se  eu cozinhasse) ou a maquilhar-se, tenho vontade de lhe mostrar o que são batons, as cores, etc. Dantes ela ficaria excluída e dir-lhe-ia só "isto é dos crescidos". 
  • Preparo-lhe os lanchinhos (e para mim também). Ontem lavei e cortei os morangos todos para, sempre que ela quiser, ser só servir. 
  • Presto mais atenção aos detalhes dela. Às vezes ela anda com as unhas mais tortas ou com o cabelo menos penteado ou, quando vamos à rua, visto-lhe a primeira coisa que me aparece à frente. Agora, até as unhas limei, tive finalmente paciência para inventar uma brincadeira para lhe conseguir secar o cabelo, ponho-lhe creminho da cara na cara, faço-lhe massagens nos pés depois do banho e escolho com imenso gosto e carinho a roupa que ela vai usar (se depois resulta, isso é outra coisa). 
  • Menos ipad e mais livros. Estou mais disponível para lhe dar de comer e para lhe contar histórias e ler coisas que impliquem paciência e não a despacho para o ipad. 
  • Mais dança! Mais vontade de por música a tocar, inventar coreografias, mais actividade física. 
  • Mais gosto em adormecê-la. Adormecê-la deixou de ser uma tortura e passou a ser um momento maravilhoso em que contemplo e saboreio e depois sinto um prazer enorme em que ela se "entregue ao sono" por se sentir protegida pela mãe que está ali ao lado dela. 
  • Mais carinho físico. Acaricio-a mais vezes, dou-lhe mais mimos, olho mais para ela, sorrimos mais juntas. Há mais silêncio. 
  • Maior vontade de fazer planos diferentes. Principalmente agora que o tempo não tem estado grande espingarda, apetece-me ensiná-la a descascar a banana para os bolos, a mexer nos ovos cozidos, a experimentar aulas de natação (ainda tenho de ir ver disto).
  • Vejo-a mais como ela é e o crescimento dela. O tempo abranda um bocadinho e consigo vê-la a crescer, que qualidades tem, como será a personalidade dela...
Isto tudo para vos dizer: se tiverem algo que vos esteja a impedir de serem felizes, resolvam! Ajam! Cada dia que passa é mais um que poderia ter sido muito mais fabuloso. E o bom disto é que, assim que descubramos como é bom quando as coisas correm assim, não queremos outra coisa e facilmente voltamos ao nosso equilíbrio. 

Assim, sim! ;)

12.16.2015

Coisas estranhas que acabei por ADORAR na gravidez

- Ter aspecto de quem engoliu uma arca frigorífica: 

Além de me ficar bem porque me dava um ar fofinho e de diminuir o tamanho de todos os membros do corpo por comparação, gostei mesmo de me ver assim, com uma barriga enorme. 

- Tomar magnésio em saquetas: 

A sério que me sabia bem e acordava cheia de pica para o tomar, já o ferro...

- Tocar-me imenso: 

Ahah! A sério? Não. Estava a falar de fazer festinhas na minha própria barriga. Nem era o facto de ter lá um bebé, sabia-me bem porque a pele estava tão esticada que parecia que arranjava mais espaço. 

- Dormir com a salsicha: 

A sério??? O que se passa com vocês hoje? Houve uma determinada altura que tive imensas dores de costas e tal e comecei a dormir com aquelas almofadas de amamentação gigantes entre as pernas para ver se aliviava o tamanho da barriga e confesso que me agarrava a ela como se o Frederico se tivesse deitado à mesma hora que eu. 

- Não ter de encolher a barriga para as fotografias: 

QUE BOOOM!! Livre dessa preocupação! Estou barriguda e pronto!

- Passar a por cremes depois do banho: 

Nunca tinha tido tanto cuidado comigo e, durante a gravidez, cheia de medo das estrias, comecei a usar creme na barriga e nas maminhas. Aqueles minutinhos depois do banho sabiam a um spa pessoal. Tive de mudar de creme porque o primeiro (amêndoas doces - sim, esse) dava-me vómitos e usei o da Mustela, cor de rosa na altura (agora é vermelho, acho eu!). 

- Fazer aquafitness às 8h da manhã: 

Sempre gostei de desporto ("ai é? Então, por que é que não fazes?") e, durante a gravidez inscrevi-me em aulas parecidas com hidroginástica, só com velhotas, mas foi muito divertido, mesmo às 8h da manhã. Fez-me bem. 





Grávidas, aproveitem tudo! Tudo! Tudo! 

11.05.2015

Contrato pré-bebé

Da mesma maneira que convém conversar sobre algumas coisas antes de começarmos a morar juntos, antes de casarmos... Também convém falar de algumas coisas antes de ter um bebé. Claro que estamos loucamente apaixonadas e, por isso, achamos que vai correr tudo bem (e vai), mas é sempre importante conversar sobre tudo para gerir expectativas. 



Coisas que, pela minha experiência, convém falar (quem tenha experiências diferentes, por favor, partilhe!): 

Divisão de tarefas da casa

Vamos precisar de ajuda, sim. Vamos. E convém mesmo que esteja definido quem vai fazer o quê. Vamos andar muito sensíveis (hormonas e cansaço e ansiedade) nos primeiros tempos e não vamos conseguir lidar com as expectativas de "ele devia ajudar-me sem ter que pedir". Ficar tudo organizadinho e definido é melhor. Para todos. 

Passeios em família

Imaginamos passear todos os dias em família, todos juntos, até para o jardim, mas ele poderá não estar a pensar no mesmo. É importante estarmos em sintonia nisto para, mais uma vez, não criar expectativas (tanto para um lado como o outro) e negociar. Temos que nos lembrar: amamos de maneira igual, mas não somos iguais. 

Tipo de alimentação

Legumes biológicos? Papas naturais? Amamentação? Leite artificial? Cerelac? Convém perceber o quão importante é para cada um estes "por maiores" para se ir ajustando e definirem estratégias a priori, principalmente no caso de optarem por amamentar o bebé. O pai tem um papel muito muito importante também.

Divisão de tarefas do bebé

Isto deixa-se ao improviso e muda de relação para relação. Mas, da minha experiência, eu que comecei por ser a mãe que queria fazer tudo, o melhor é possivelmente ir dividindo desde o início para que ambas as partes absorvam a sua quota parte de responsabilidade. 


Por se falar, não quer dizer que fique como se falou, mas é bom falar. É bom sonhar, projectar, arrumar e criar um ambiente positivo para receber o bebé. Fazer o ninho não é só fazer o quarto. 

É só uma ideia. :)

11.04.2015

Coisas que só nós (mães) sabemos.

Nada contra as miúdas que conseguem perfeitamente sacar daqueles calções que mostram metade do rabo sem terem nem frio nem um buraquinho que seja de celulite. Nada contra, mas podiam ir todas parar debaixo de um camião da Luís Simões. Brincadeira. Não há cá ressabiamentos e essa é a primeira coisa que só nós, mães, sabemos. 



Não há tempo para mesquinhices.

O quê? Aquela colega do trabalho disse que o outro afinal tinha comentado que tínhamos saído mais cedo, mas ela própria chegou 1 hora mais tarde e tem "consultas" toda as sextas à tarde? Who cares. Tenho vida pessoal, tenho família, não preciso de coisas que não têm valor para ocupar o meu tempo. 



Afinal, o tempo dá para tudo.

Só nós sabemos o quanto o tempo estica. 24 horas dão para muito. Conseguimos trabalhar, abraçar de uma maneira como só as mães abraçam os filhos, tratar de coisas da casa, quase dormir e, mesmo assim, no dia seguinte, saímos de casa como "se não se tivesse passado nada" e aparentemente flawless.



Chorar ajuda.

Já não é um drama enorme termos vontade de chorar. É um direito. Temos e devemos que chorar. Estamos cansadas, temos saudades, estamos felizes, estamos histéricas, estamos eléctricas, estamos apaixonadas, estamos esperançosas, estamos grávidas outra vez... Chorar é bom e já todas sabemos disso. 



Respeitamos mais outras mães.

Finalmente percebemos o quão stressante é termos de desempenhar tantos papéis na nossa vida, agora que somos mães. Sabemos lá se a mãe do outro departamento tem o filho doente ou, se calhar, se nem conseguiu vê-lo ontem por trabalhar tanto? Todas as mães têm direito a ter um bocadinho de mau feitio.



Ser imperfeita é perfeito.

Já conseguimos entender que não somos capazes de tirar 20 a tudo. Há sempre algo que não vai correr como queríamos, há sempre horários que vão sair furados, dias que não correm bem, dias que parecem mais curtos. Ser mãe é saber priorizar. E sabemos perfeitamente o que está no topo da pirâmide. Além de que faz bem não passar a pressão do perfeccionismo para eles.  Faz-se melhor ainda para a próxima. Amor é que não falta de certeza.



Temos uma cabeça incrível.

Antes de sermos mães já tínhamos reparado que temos uma capacidade grande para empilhar tarefas, agora ainda mais. O malabarismo que esta nova profissão pede é extremamente exigente e nós conseguimos fazê-lo. Nunca aproveitámos tanto do nosso cérebro. Também conseguimos fazê-lo por termos o coração tão  bem preenchido, certo? 



Dormir é sobrevalorizado.

Dormir 12 horas seguidas a um domingo? Isso acontecia? Se rezamos para que eles comecem a sair da cama sozinhos, aprendam a fazer o seu próprio pequeno almoço e ponham no Panda sozinhos? Sim. A verdade é que, mesmo privadas de sono, conseguimos sobreviver, trabalhar, amar e chegar a casa e, ao final do dia, sentimo-nos super-mulheres. E, até aproveitamos melhor as poucas horas que dormimos para DORMIR a sério.



Somos mais bonitas agora.

Verdade. Somos mulheres completas, ocupadas, com rumo e resolvidas. Até nós nos casaríamos connosco.


Somos as maiores! E quanto às miúdas dos calções, hão de cá chegar (e são muito bem-vindas) e vestir esses calções aos vossos bebés quando tiverem 3 meses, que é esse o tamanho deles. 



11.02.2015

Como sobreviver ao primeiro dia de trabalho depois de ser mãe?

O regresso ao trabalho pode ser muito muito complicado. Seria de pensar que, quanto mais tarde, menos nos custasse, mas não. Fui trabalhar quando ela tinha 5 meses e agora quando ela tem 19 e não custa menos. 




Hoje foi o primeiro dia de regresso ao trabalho. Ficam algumas dicas para quem vá passar pelo mesmo em breve: 


Maquilharmo-nos.  - Temos de entrar a matar. Nem é por quem nos vai ver. É por nós. Já vamos ter coisas suficientes para nos deixarmos desconfortáveis que, se tivermos algumas a darem-nos um boost é melhor. Se, no meu caso, tiverem um problema de pele, é capaz de ser mais agradável não parecerem um fiambre passado do prazo. 

Protegermo-nos. - Não queremos que o nosso aspecto físico seja tema de conversa, a não ser que sejamos a Carolina Patrocínio. Vestirmo-nos de maneira a não chamar muita atenção para não levarmos com comentários que, mesmo que não sejam maldosos, como estamos mais em baixo, poderão ser entendidos assim. Vesti uma tenda da Quechua. E há tendas giras. Vocês, mais gordinhas, sabem ;)

Evitar estar sempre a fazer beicinho. - Queremos ser "respeitadas" e, por isso, não devemos mostrar exageradamente a nossa vulnerabilidade. Já sabem que sentimos falta dos nossos filhos. E, se estiverem num local de trabalho como o meu, onde quase ninguém tem filhos, ninguém quer mesmo saber as coisas que temos para partilhar e se já lhes passou a diarreia.

Atenção às fotografias. - Temos de personalizar o wallpaper do computador com uma foto dos filhos? Claro. Também temos de por uma moldura na secretária com uma fotografia? Claro. Sempre gozamos interiormente com essas pessoas, mas agora está na altura de nos juntarmos à manada. Porém, aconselho que não seja no primeiro dia. No primeiro dia não sorrimos a pensar "que saudades". Não sorrimos sequer a olhar para elas. 

Evitar olhar para o relógio. - Claro que vamos olhar. Claro que sim, mas seria melhor não estarmos constantemente a olhar para o "dantes". "A esta hora estava a dar-lhe o lanche". Evitar fazermos isso a nós próprias, não podemos ser as nossas principais inimigas. 

Não esperar uma festa. - A vida continuou enquanto fomos parir e de licença. O mais provável é que não vos recebam com um bolo e confetis. Chegaram, momento dos beijinhos e tudo segue em frente. Menos para nós. 


É o que eu tenho para vocês, hoje. Mais dicas de mães que já tenham mais balanço? 

11.01.2015

Coisas que todas as mães fazem (e não admitem)


- tratam o pai da criança por "pai" quando juraram que nunca o fariam 

- fazem uma dança em modo de festejo depois de os adormecerem (ou, pelo menos, festejam por dentro)

- comem bolachas ou batatas ou chocolate às escondidas, em tempo record e sem deixar vestígios 

- limpam macacos dos filhos com as mãos 

- trauteiam músicas infantis vezes sem conta 

- desejam ter algum descanso mas, quando o têm, nem sabem muito bem o que fazer sem os filhos 

- constatam que eles estão "tão crescidos" todos os dias 

- chamam nomes ao pai da criança quando ele comenta o quão bem a criança dormiu durante a noite 



- e que mais?

10.10.2015

Querem ajudar as recém mamãs, é?

Toda a gente (ou quase) é muito bem intencionada quando nasce um bebé de um familiar próximo ou de uma amiga. 

Engraçado que também há precisamente o oposto: as pessoas que, de repente, desaparecem como se tivéssemos apanhado herpes na cara toda.




- Se puderem não visitar nos primeiros dias, agradecemos. 

Quando chegamos a casa, temos de encontrar a nossa sintonia com os bebés, com o sono, com tudo e, por isso, se se puderem juntar à manada de gente que vai ao hospital, melhor. Depois só dali a 3 meses. E com prendas sff. Para a mãe.

- Se levarem sopa ou se forem limpar a casa, podem e DEVEM visitar. 

Façam-no é sem mandar grandes bitaites sobre se o bebé devia estar a dormir de barriga para cima ou de pés para o lado, se cheiramos a leite azedo ou se devíamos pôr um pozinho para não parecer que fomos violentadas por um Sagui obeso.

- Não temos nada para contar. 

Não. Não, não temos. Podemos contar a história do parto outra vez, mas não nos apetece, ainda para mais se ainda tivermos o pipi todo cosido. Sim, podemos continuar a acenar com a cabeça a dizer que o miúdo é bonito, mas no fundo, no fundo, queríamos era estar a dormir ou sem estar a fazer conversa de xaxa. Sejam rápidos. Sejam tão rápidos como o desaparecimento do subsídio de férias da conta.

- Levem flores ou chocolates ou qualquer coisa para as mães.

Não que odiemos os nossos bebés, mas vai saber tão bem sentir que ainda importamos e que temos ali algo para nos deixar ainda mais felizes quando as pessoas sairem.

- Ofereçam-se para dar uma olhadela no bebé para irmos tomar banho. 

Sim. Sim. Sim. Sim. Sim. Tomar banho é um direito. Tomar banho com calma também. É do que precisamos mais. Mais disso do mais um par de sapatos para um bebé que ainda nem respirar decentemente sabe.

- Informem-se um bocadinho sobre amamentação ou qualquer coisa que seja útil. 

Assim também oferecem outro tipo de apoio à mãe. Um que ela precise. Principalmente não vão encher a cabeça da mãe (tão susceptível nesta hora) de coisas palermas que podem vir a fazer-lhe mal e, ainda para mais, totalmente bem intencionados, claro.

- Lavem as mãos. 

O bebé pode fazer imenso cocó mas, não é um corrimão das escadas rolantes do Colombo. Não é para toda a gente por lá a mão e pronto. É lavar para tocar no bebé. 

- Não venham a cheirar a tabaco.

Fumo passivo. Sim, eu sei que as fumadoras estão a rolar os olhos para cima. Eu sou ex-fumadora e esta conversa também me irritava, mas a verdade é que faz mesmo mal aos bebés e os pulmões ainda estão a maturar.

- Não nos digam se estamos feias ou com um aspecto horrível.

Alguma mulher que vocês conheçam desconhece quando está mal? Nós sabemos quando parecemos um ralo. Não digam coisas desagradáveis, porque vão ser multiplicadas por mil na cabeça da mãe.

- SEJAM RÁPIDOS.

Não venham para cá passar o sábado nem o domingo. Não venham ver a bola. Venham "dar um beijinho". A mãe e a nova família precisam de calma e de descanso. Depois o forrobodó. Depois podemos ter o mesmo nível de energia que o João Baião. Para já, não. 

E mais? ;)